terça-feira, 10 de dezembro de 2013
DIALOGICIDADE NA EaD: REFLEXÕES PARA O EXERCÍCIO DA TUTORIA No contexto de uma educação dialógica e problematizadora, refletiremos sobre a tutoria em EaD, considerando os pressupostos de Paulo Freire que norteiam a comunicação educador-educando: amor, humildade, fé nos homens, esperança e um pensar crítico. AMOR Para mediar uma turma de alunos, sobretudo na educação a distância, é preciso estabelecer um diálogo pautado no compromisso e no amor pelas pessoas que estão no processo de ensino e aprendizagem, bem como pelo mundo que povoa suas existências. A amorosidade requer compromisso com a causa. “O ato de amor está em comprometer-se com sua causa. A causa da libertação. Mas este compromisso, porque amoroso, é dialógico” (FREIRE, 2002, p.80). Esse compromisso ultrapassa os conteúdos estudados e se expande para compreensão do mundo por professores e alunos, a fim de poder interferir sobre ele em busca de uma vida melhor para todos. HUMILDADE A questão da humildade posta ao professor/tutor na educação dialógica, está relacionada a sua capacidade de compreender o aluno como uma pessoa que tem sua história de vida, seu mundo, seus saberes que devem ser respeitados e podem contribuir para o enriquecimento das discussões curriculares em estudo. Assim, vislumbramos em cada aluno a possibilidade da construção coletiva dos saberes. “A pronúncia do mundo, com que os homens o recriam permanentemente, não pode ser um ato arrogante” (FREIRE, 2006, p. 92). FÉ NOS HOMENS A fé nos homens, a fé em todos num contexto de direitos humanos, e não apenas em alguns que tiveram mais oportunidades na vida, deve pautar a dialogicidade dos processos educativos. Na EaD, essa fé nos homens, perpassa de forma marcante, uma vez que estamos distante fisicamente e temos que “nos acreditarmos mutuamente”, professores e alunos na construção dos nossos saberes. “fé no seu poder de fazer e de refazer. De criar e recriar. Fé na sua vocação de ser mais, que não é privilégio de alguns eleitos, mas direito dos homens” (FREIRE, 2006, p. 93). ESPERANÇA A esperança na EaD é como o fio condutor do processo de comunicação, nos tirando do isolamento e nos levando as buscas das respostas para as dúvidas que juntos suscitamos nas nossas imperfeições humanas, nos nossos desejos de sabermos mais. “A esperança está na própria essência da imperfeição dos homens, levando-os a uma eterna busca. Uma tal busca, como já vimos, não se faz do isolamento, mas na comunicação entre os homens” (FREIRE, 2006, p. 94, 95). PENSAR CRÍTICO Sem o pensar crítico não ocorre educação dialógica. É preciso que haja reflexão sobre a realidade para que ocorra a transformação constante do mundo e de si próprio. Para Paulo Freire a postura crítica implica em compreender a realidade como um processo contínuo. REFERÊNCIAS DAVID, P. B e CASTRO-FILHO, J. A. Dialogicidade em práticas interativas da área de exatas. In: XX Simpósio Brasileiro de Informática na Educação, Florianópolis, 2009. FREIRE, Paulo. Pedagogia do Oprimido. Paz e Terra, 32 edição. São Paulo, 2002, p.80 FREIRE, Paulo. (2007). Pedagogia da Autonomia: saberes necessários à prática educativa. Rio de Janeiro: Paz e Terra. 1ª edição: 1996.
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