DIÁRIO DE BORDO

Rodriguez (1997 apud SOUZA et.al, 2004) enfatiza que é necessário rever as dimensões educativa, tecnológica e comunicativa, em relação ao papel e ao protagonismo dos professores no momento da organização pedagógica. O autor acredita que não são as multimídias que transformam o trabalho docente, “[...] elas apenas expressam com grande impacto os novos cenários da sociedade contemporânea e permitem um armazenamento enorme de informação, por meio de novas linguagens” (ibidem, p.3).

Antes, o docente deve preparar-se e trabalhar seu perfil com as seguintes competências:
Saber lidar com os ritmos individuais diferentes dos alunos; Apropriar-se de técnicas novas de elaboração do material didático impresso e do produzido por meios eletrônicos; Dominar técnicas e instrumentos de avaliação, trabalhando em ambientes diversos daqueles já existentes no sistema presencial de educação; Ter habilidades de investigação; Utilizar técnicas variadas de investigação e propor esquemas mentais para criar uma nova cultura, indagadora e plena em procedimentos de criatividade (SOUZA et. al., 2004, p. 3).
Preparar-se para desenvolver os pressupostos do diálogo de Paulo Freire (2006): amor, humildade, esperança, fé nos homens e pensar crítico, para que os parâmetros trazidos por Priscila David e José Aires, como a afetividade, a simetria discursiva, a valorização da autonomia, o exercício da autonomia e a reflexividade crítica sejam implementados da melhor forma no exercício docente em ead.
Trabalhar habilidades como: de informática, de navegação, verbais, visuais e auditivas.

Uma formação inicial e contínua ajudam nesse processo.

De forma mais prática em ações didáticas, o tutor deve inteirar-se da proposta para a disciplina e para o curso. Planejar a partir dos conteúdos apresentados pelo professor-conteudista e para as aulas, todas as estratégias de ensino a serem utilizadas em cada momento. Traçar um cronograma da disciplina com todas as ações previstas, tempo de duração e avaliação dos momentos. Da mesma forma, traçar como será o processo avaliativo com instrumentos/formas e critérios bem definidos. Pensar em estratégias de motivação e de interação que deverão ser desenvolvidas durante os encontros presenciais e virtuais, além de pensar sobre quais ferramentas digitais fará uso em cada etapa: as administrativas, de ensino e de interação.

Durante o processo de ensino, a interação é uma constante, com horários bem definidos para acesso e permanência na motivação dos alunos. Implementando sempre uma postura de instigar o conhecimento e a fala dos alunos, incentivando-os a partir do que vivem e conhecem sobre os conteúdos. Utilizar-se dos recursos digitais que o meio proporciona para atrair com os olhos e o coração a participação no processo do conteúdo e da vinculação afetiva com a turma. Em suma: : automotivação, capacidade de adaptação a novas situações, organização do tempo e da disciplina, saber se comunicar de forma escrita, utilizar as ferramentas digitais, desenvolver a aprendizagem colaborativa, relacionar a teoria à prática, dar autonomia aos alunos, manter um bom nível de comunicação e diálogo.

Depois podemos avaliar todo o caminho percorrido, junto a todos os envolvidos na disciplina, desde os conteudistas, tutores presenciais, coordenadores e alunos, elencando os acertos e as falhas da disciplina, repensando melhorias e reorganizando o fazer pedagógico. A autoavaliação é muito importante para reordenar as ações pedagógicas e o sucesso da modalidade em ead.

Referências
DAVID, P.B; CASTRO FILHO, J.A de. Dialogicidade em práticas interativas da área de exatas. Universidade Federal do Ceará. Instituto UFC Virtual.
FREIRE, P. F. (2006). Pedagogia do Oprimido. Rio de Janeiro: Paz e Terra. 1ª edição: 1970.
SOUSA, C.A de; SPANHOL, F.J.; LIMAS, J.C. de O.; CASSOL, M.P. Tutoria na Educação a Distância. Disponível em http://www.abed.org.br/congresso2004/por/htm/088-tc-c2.htm. Congresso ABED, 2004. Acesso em 31.out.2013.